Há pouco mais de dois anos atrás, um dos meus primeiros textos nesse blog, carregou este título.
Era um desabafo de tristezas e angústias, de um momento do qual ainda me lembro, não sem uma pontadinha de ressentimento.
Hoje, dois anos, milhares de textos, experiências, pessoas, sorrisos, e lágrimas depois, me parece justo utilizar este título novamente. A temática, felizmente, é completamente outra.
Talvez se tivesse naquela época a visão das coisas que tenho hoje, teria administrado o sofrimento de maneira muito mais colorida. Talvez as coisas nem tenham sido tão terríveis assim.
De todo modo, há dois dias atrás, quando voltava para minha cidade natal, depois de um ano deliciosamente conturbado e atípico, me ocorreu a pergunta...
Você, Luísa, já se sentiu tão viva, que chegou a doer?
Sorrio internamente. Foi só o que fiz, nesse ano que passou.
Algumas lágrimas me escaparam ao me despedir. Me peguei agradecendo aos quatro ventos a sorte de ter amigos como eles, enquanto andava pelas ruas da pacata cidade.
Fiz muito isso, ao longo do ano. Agradecer.
Sim, obrigada pelas oportunidades, pelo amadurecimento, pelas pessoas, pela superação de limites e mudança de idéias, pela mente que foi aberta, pelo conhecimento, pelas porradas da vida, pelos consolos, festas, tesouros, momentos. Pela sintonia e amizade conquistada com alguns, em um espaço de tempo tão curto. Por descobrir, ainda que de forma dolorida e um tanto frustrada, o que é gostar de alguém de verdade. Por aprender que estar só é bom, e que eu posso muito bem me levantar sozinha, se quiser.
Me senti tão viva, todos os dias, que sim, até me dói.
Seja nas noites no apartamento de cima, seja no bar na frente da faculdade, seja dentro da faculdade ou em uma festa qualquer. Na rua, na casa dos amigos, jogando conversa fora, tomando um sorvete, salvando o mundo. Fazendo coisas que eu nem achei que fosse capaz de fazer, me vendo de um modo completamente diferente, vivendo e tendo consciência disso, sendo capaz de contagiar alguns e ser contagiada por outros.
Tão viva, que chega a doer...
Que isso perdure por mais alguns aninhos, pelo menos, por favor :)
3 comentários:
E essa dor é deliciosa, né? Essa é a nossa vida! Espero que continue assim pelos próximos quatro anos, minha bebezinha !
Você se expressa muito bem. Uma leitura agradável...
Me fez pensar que quando eu era menor tinha esses momentos, mas a "cidade grande" me moldou para não encarar pessoas, não falar com estranhos, não perder tempo. Agora percebo que parte da magia da vida tenho perdido em não observar os outros. Porque mais do que descobrir sobre eles é descobrir sobre mim e tudo ao vê-los.
Comportamento é algo fascinante. A vida... E principalmente poder pensar sobre ela... Interagir e agir.
Beijão. Parabéns.
Sobrinha linda...
Não costumo ter insônia sabe, mas esses dias, tem noites que está difícil dormir...
E isso me levou ao Face ás 3:00 da manhã e consequentemente, me levou ao seu blog, que nunca tinha visto.
O que posso dizer? Vc tem uma alma linda, uma emoção em cada palavra, que poucas pessoas sentem, e que quando sentem, vão perdendo o sentimento com a idade.
Tenho 32 anos e ainda sou como você, por isso te digo que é possível não perder isso, não mudar...
Por isso digo Lu, não perca...pessoas assim,se sentem felizes, pessoas assim, riem a toa, e riem de si próprios quando tropeçam...Tiramos sarro até da dor , que ensina e que nos fazer ser humanos...
Existe algo mais humano que isso? Sentir dor, ou se sentir extremamente feliz, ao ponto de abraçar um desconhecido na rua?
Seja sempre assim menina, cresça assim (pois não paramos nunca de crescer) e envelheça assim, seja humana, pois é muito bom ser...
Te adoro linda
Bjos tia Marcinha
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