terça-feira, 28 de abril de 2009



Me entristecia não lembrar da época em que essa foto foi tirada. Eu ficava de fato chateada, por não lembrar da época que foi, muito provavelmente, a mais feliz da minha vida.
Hoje notei que é infinitamente melhor não recordar quase momento algum do começo da minha infância. Do contrario, viveria triste, por tudo ter se despedaçado e desgastado, do jeito que aconteceu. Só restam as cinzas, as amarguras e as não-lembranças.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A idéia de estar crescendo...


nunca me assustou tanto.
Vou-me embora, para a Terra do nunca.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Chuva

Começou a chover.
A garota que se concentrava ao máximo em seus cadernos e anotações, parou para ver a chuva.
Da janela ela assistia de camarote os pingos enfurecidos arremessarem-se para todos os lados, chocando-se uns com os outros, numa dança descoordenada e incrivelmente bela.
Quis de todo o coração poder estar lá fora, na chuva. Quis ser a chuva.
Desejou ser um daqueles pingos fracos e pequenos, que junto de outros milhões de pingos, também fracos e insignificantes, fazia-se forte e ameaçador.
Desejou ser aquela água gelada e cortante, que na palma de sua mão parecia-se com pequenos alfinetes espetando-lhe a pele.
Ah, a garota daria tudo o que ela possuí para dançar louca e despreocupadamente, como aquela tempestade dançava. Uma valsa de imensa beleza e imponência.
Sua fraqueza e seu medo se esconderiam, na força daquela água que jorrava céu abaixo.

Por quanto tempo esteve a observar a chuva? Não sabia.
Preoucupou-se com o horário, precisava terminar de estudar.
A chuva caia fraca agora, as núvens começaram a sumir e a menina, virando as costas, deu adeus àquela chuva, pedaço dela, que parou de cair... pedaço dela que foi morrendo aos poucos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Sobre as hienas

"Aqui e ali tinha um homem e uma mulher atravessando a rua, abraçados pela cintura e tudo, ou um grupo de imbecis com as namoradas, todos rindo como umas hienas, de qualquer coisa que, aposto, não tinha a menor graça. Nova York é terrível quando alguém ri de noite na rua; pode-se ouvir a gargalhada á quilômetros de distância. É aquele tipo de coisa que faz a gente se sentir só e deprimido."


O apanhador no campo de centeio.

domingo, 12 de abril de 2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Na falta do que escrever...

Detesto deixar meu blog meio abandonado, como deixei nessa última semana.
Minha cabeça anda cheia de coisas, mas nada útil. Preocupações, ansiedade e insegurança tomaram conta de mim.
Por muitas vezes cheguei a sentar na frente do computador para tentar fazer um texto expressando meus sentimentos sem ele ficar muito dramático, ou agressivo demais ou um tanto maçante. Nada saiu, nada entrou. Sentei vazia, levantei vazia.
A sensação de vazio é a pior de todas elas.

Continuo vazia, mas há alguns minutos atrás um sentimento muito bonito me invadiu, e mesmo que minha criatividade continue abaixo da linha permitida, vale a pena sentar e compartilhar minha nostalgia com as poucas pessoas que lêem esse blog.

Não ouço Muse faz um bocado de tempo, e hoje me deu uma tremenda vontade de ouvi-los. Ao colocar uma determinada música, não pude conter algumas lágrimas pesadas, que escorreram pelas minhas bochechas.
Lágrimas carregadas de saudade, lágrimas nostálgicas e eperançosas.
Lágrimas carregando a incerteza e o vazio que trago dentro de mim.
Carregando tudo, levando tudo embora... Lavando o meu ser.