segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E se...

...Eu nunca tivesse saído de casa? E se eu ainda morasse no meu apartamento antigo? E se tivesse tido menos sorte nessa prova falha? E então, se eu tivesse feito um ano de cursinho? E se eu nunca tivesse tido todas estas experiências e passado por todos estes apuros? E se meu pensamento continuasse pequeno e limitado? Então não teria feito todos estes amigos e conhecido tantas pessoas, e amadurecido tanto, e não teria levado alguns belos socos da vida. Não teria sido sacaneada, e não teria recebido ajuda das pessoas que eu menos esperei.
Então eu nunca iria ter te conhecido. Nunca saberia sequer da sua existência.
Nuca teria derramado lágrimas, nem provocado tantas outras...não saberia o que é amar de verdade. Não saberia que a alegria é pra mim possível, e que eu posso sim ser feliz e correspondida no amor. Não saberia fazer planos a longo prazo,não saberia imaginar uma vida futura, não teria conhecido tantos lugares e aprendido tantas coisas.
Continuaria com o mesmo grupo limitado de amigos, do qual hoje eu sei que poucas pessoas fizeram por merecer, e estão comigo até hoje.
Não estaria deitada nesta cama, com estes textos em minhas mãos, pensando na aula de amanhã. Não pensaria que tenho de ir ao banco e ao mercado, que tenho contas a pagar, que não posso decepcionar os outros, e que tenho de me policiar para não me tornar o monstro que mais temo ser.
Não saberia o que é sentir a dor física da saudade, nem saberia valorizar tanto o telefonema de uma amiga. Não sentiria essa saudade estúpida do arroz do meu pai. Talvez fosse menos sensível. Talvez não.
Tenho muito o que aprender, e o acaso vai me guiar por suas linhas tortas e inesperadas. Acaso e destino, porque acho que os dois andam juntos.
E talvez amanhã tudo isso tenha mudado, e eu seja uma pessoa completamente diferente.

Talvez tudo isso seja um longo sonho, em uma tarde inquieta e chuvosa.
Luísa, open your eyes.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Feliz é a inocente vestal...

...esquecendo o mundo, e sendo por ele esquecida.

Então acontece de vez em quando, de eu virar uma inocente vestal. Só não tenho muita certeza quando ao "feliz".

Um grão de areia aos poucos misturando-se a outros milhões de grãos de areia, sendo desfeito pela maré que sobe, impiedosa. Esquecendo o mundo, e sendo por ele esquecido.
Ninguém sente falta do grãozinho que se foi, sumiu, desapareceu. Fora engolido pelo mundo pra sempre.

O brilho eterno de uma pessoa esquecida. O brilho eterno das mentes sem lembranças.