quinta-feira, 23 de setembro de 2010

My dreams are a cruel joke

Os olhos já tão naturalmente grandes estavam ainda mais arregalados. Como fora parar ali?
O corredor lhe era familiar, a porta verde na qual estava encostada também era uma velha conhecida. O que a intrigava era a situação.
Sentados como duas crianças, perninha de índio, um de frente para o outro. Ele a olhava como nunca olhara antes, um olhar que ela sempre quis sentir. A invadia, a reparava. Estava transparente diante daquele par de olhos. Seu par de olhos favorito.
Estiveram momentos antes dentro de uma sala de aula, mas não ouviam o que o velho professor dizia.
Agora, mais uma vez, em silencio. Quem quebraria este abismo sem som?
Ele. Lhe dirigia as palavras que por tanto tempo esperou. TANTO TEMPO! Não soube reagir de imediato.
Estática, não disse palavra alguma.


Open your eyes.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Escrevo sobre aquilo do que sou feita.

Eu falo sobre amor.
Minhas linhas tornam-se repetitivas, cansadas, estão sempre dizendo o mesmo.
Sinto-me dentro daquele filme do qual tanto gosto, em que tantos personagens e tantas histórias se reúnem, encontram e desencontram para falar do sentimento mais importante do mundo.
E sim, eu acredito que todos nós seremos salvos pelo amor, acredito mesmo que amor é tudo o que você precisa, e considero SIM toda forma de amor, se for sincera, totalmente justa e inevitavelmente linda.
Por isso essa auto-sabotagem. Por isso hoje, quando passei o olho pelos meus últimos escritos publicados notei que todos falavam da mesma coisa. Um amor de pai, um amor de avô, um coração partido pelo amor não-correspondido e o amor pelas pequenas coisinhas, invisíveis à maioria dos olhos.
E quando sentei nessa cadeira azul que tanto amo, olhei para esse pequeno tapetinho fulpudo, que tanto amo, encolhido aos meus pés, notei que mais uma vez escreveria sobre ele, só ele, porque sim, sim e sim, sou feita de amor e só dele, puro e simples. Amo o amor e, me desculpem se meus textos são cansativos por caírem sempre na mesma conversa, mas só sei escrever sobre aquilo do que sou feita :)