terça-feira, 29 de dezembro de 2009

3,2,1 fim.

Hoje joguei o calendário de 2009 fora, e foi assim que percebi que o ano acabou. Na véspera de natal, estava escrevendo o balanço do ano de 2009, esforçando-me para colocar no textos prós e contras e todas aquelas promessas para o ano que vem chegando, empurrando este que dá o último suspiro. Minha escrita foi interrompida pela doce surpresa de ver minhas tias e primas, que apareceram na casada minha mãe para desejar um feliz Natal. Depois disso, não retomei o texto, que está em um dos muitos rascunhos deste blog, e não vai sair de lá tão cedo.
Hoje joguei o calendário de 2009 fora, e foi assim que percebi que o ano acabou. E também tive uma epifania das grandes, um amadurecimento desses que raramente a gente percebe. Depois de uma sequência considerável de anos escrevendo balanços e memórias, senti no meu coração a paz de quem descobre algo grandioso. Não senti a necessidade de escrever pra lembrar. Está tudo vivo aqui, e é tudo tão bonito e intenso, que nem cabe dentro de mim. Aliás, quase nenhum dos meus sentimentos cabe dentro de mim, que tenho essa eterna mania de sentir demais.
Então, quando me perguntarem sobre o ano de 2009, não lerei texto algum escrito nesse blog, ou em qualquer outro lugar. Olharei pra dentro de mim, pra dentro da minha alma, que sorri o sorriso de quem viveu grandes aventuras, mudanças e felicidades, e que percebeu que as tristezas e momentos difíceis só a fizeram crescer. Alma que ainda é menina, que tem defeitos inevitáveis, no entanto não deixa de tentar melhora-los. É uma alma pequenina, com pouca experiência e ainda muito por viver. Deixo que ela faça o balanço de 2009 por mim, e aqui fica apenas o meu adeus e o meu agradecimento a esse ano que tanto me trouxe. De bom, de ruim, não importa, está tudo aqui, guardadinho, e por isso sou grata.
Não faço promessa alguma para 2010, aliás, ao contrário, faço um pedido: Seja tão bom quanto 2009 foi pra mim mas, ao contrário dele , passe devagarinho, sem pressa, passe de um modo que eu possa pegar cada instante seu e guardar no bolso. Me dê mais tempo pra viver essa vida que é tão preciosa, e tão curta. Venha depressa, mas não se apresse em partir.(:

Sobre a música.

Tem músicas que fazem realmente com que eu me sinta especial. Não é no sentido de ser melhor do que as outras pessoas, ou coisa que o valha, é no sentido de me sentir especial por ter a música e, até mesmo, ser a música, em alguns momentos.
Vez ou outra me sinto a própria Little Girl blue,da Janis Joplin, ou então, a Lucy in the sky, com seus diamantes. Na chuva, em uma destas tardes em que a rua é o último lugar onde eu gostaria de estar, Regina Spektor começa a cantar e todas as pessoas e carros que me cercam viram apenas borrões apagados nessa cidade apagada, da qual já estou muito longe, longe demais pra me importar com a frieza dela e do resto do mundo.
Há ocasiões em que só a música consola. Em uma música da qual eu gosto muito, um tal de Conor diz assim:"when everything gets lonely I can be my own best friend", e, apesar de achar essa frase sincera pra burro, ela não se aplica a mim, afinal, when everything gets lonely my MUSIC is my own best friend. Digo minha, porque meu Thom Yorke não é o mesmo que o seu, nem a minha Ida Maria, que é pouco minha, mas muito minha. É pouco porque não são todas as músicas dela que me tocam, e é muito, porque uma delas é o suficiente pra encher a minha alma de alegria e consolo. Daí aquela questão de preferir canções, acima de bandas. Nunca soube chegar a qualquer conclusão a respeito, já é um assunto ao qual nem entro mais durante meus devaneios e emaranhados de pensamento, porque, se de um lado tenho a Ida, com sua(até então) única canção, tenho, do outro lado, Weezer, que me faz dar saltinhos(LITERALMENTE)delirantes quando chega a pasta de músicas dele, no meu velho MP3, que me acompanha já há mais de três anos. Algumas rachaduras, o botão do volume e o hold quebrados, mas ele nunca me deixou na mão.
Creio que esse meu sentimento é compartilhado com a maioria das pessoas(com o mínimo de sensibilidade, é claro), não pelas mesmas músicas, e ainda menos pelos mesmos motivos, mas esse conforto, essa identificação, esse compartilhamento de si mesmo consigo mesmo, essa coisa, por falta de melhor nome, que, em mim, é só a música que faz.
Aproveitando esse texto, que escrevo sem qualquer revisão gramatical, preocupação com repetições ou qualquer porcaria dessas, quero agradecer. Ao Renato Russo agradeço por Giz, Via Láctea e Vento no Litoral. Aos Beatles agradeço por encherem meu coração de alegria, todo dia, a toda hora, porque todo o dia é dia pra se acordar Beatles. Ao Radiohead agradeço pelo melhor show da minha vida, por Exit music e pela sua explosão de cores em cima do palco. Agradeço a Janis Joplin, Elis Regina e Regina Spektor pela inspiração e pelo espelho. Chico Buarque e Vinícius de Moraes pelas mais belas e fortes poesias que meus inexperientes ouvidos já tiveram a sorte de encontrar. A todas as bandas que um dia eu já ouvi, que me foram especiais e me tocaram de alguma forma.
Aos caras do Weezer pela pureza e pela simplicidade, e por Paron me, que me ajudou mais do que qualquer um pode imaginar, em certa época da minha vida. Obrigada ao senhor Brandon Boyd por me fazer acreditar em coisas que a primeira vista parecem impossíveis e por, ainda mesmo depois de tanto tempo, me fazer acordar Incubus de vez em quando. Obrigada a todos estes que seguem comigo, seja nos discos, no MP3, no cumputador, ou na minha mente. Obrigada.
Não toco qualquer instrumento, não sei nada de técnicas, efeitos de guitarra e não sou profunda conhecedora de bandas ou estilos músicais. O que é bom pra mim talvez não seja bom pra você. Mas tá tudo bem, porque eu amo música, respiro música, e isso ninguém tira de mim.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mania de sentir demais

Sou toda sentimentos. Qualquer coisa dentro de mim se manifesta de maneira intensa. Não sei ser fria, não sei ser ponderada, e isso dói.
Certo dia uma amiga minha, com olhos de ressaca, me disse que ser fria é muito pior, e que sofre muito por não conseguir expressar seus sentimentos. Acredito ela, é claro, mas não consigo me imaginar nessa situação, eu que sou uma pessoa que enfrenta mais algumas semanas de aula só apara não ficar sozinha em casa.
Choro mais, tomo mais porradas da vida, me apaixono uma vez por semana, e sempre acho que sou mais com os outros do que os outros são comigo. Guardo uma porção de sentimentos não revelados, promessas não cumpridas e pequenas mágoas por coisas pequenas.
Não é algo que me orgulhe,ao contrário, estes sentimentos todos demonstram que os monstros da fraqueza e da dependência estão aqui adormecidos, prontos pra acordar ao menor descuido dessa menina que, depois de tanto tempo, escreve nesse blog.
Por ser assim me entristeço fácil e dou muita importância para coisas que a minha amiga Capitu certamente deixaria de lado, tornando seus dias muito mais fáceis.
Lembro de uma amiga que, aos seis anos de idade, me disse que eu a sufocava demais, o que partiu o meu coraçãozinho na época, e que eu sinto partir até hoje quando me vejo, de novo, a sufocar alguém com atenções e carinhos dos quais ninguém precisa.
E aqui estou eu, enquanto o ano dá seus últimos suspiros, me preparando psicologicamente para fazer um balanço de 2009, coisa que é inevitável de se fazer. Mas o que eu sei que não vai mudar nunca, é essa minha eterna mania de sentir demais.

obs: Natá, aqui está sua resposta, talvez agora você possa entender melhor o outro lado da história hehehe