quinta-feira, 4 de julho de 2013

Antes de dormir

Indo fechar a janela, que é para o vento frio da madrugada não me aborrecer.
Um homem, do outro lado da rua, vasculha o lixo alheio, equilibrando-se na bicicleta velha.
Uma menina come pão na sala da sobreloja oposta, com a rua de costas pra ela, que assiste televisão.
E assim, dos milhares de universos se fazem mais três. O meu, o dele, e o dela.
Entre nós a rua vazia, a noite friorenta e aquele vazio que atravessa a todos nós, todos os dias.
Nunca sentiremos um ao outro.
Nunca nos saberemos.