sexta-feira, 29 de maio de 2009

Debates censurados

Eu tinha coisas realmente boas pra escrever hoje. Não que o texto fosse sair bom nem nada, mas as situações em si, são situações que devem, e serão, posteriormente registradas.
Fui praticamente obrigada a mudar meu texto, depois de uma notícia absurda que recebi hoje de manhã, depois de ter pedido a primeira aula.
Minha sexta feira geralmente começa com uma aula de redação, às 7h00 da manhã, mas hoje perdi a primeira aula, então cheguei às 7h50, pronta para assistir 50 gloriosos minutos de física, que pra mim não fazem sentido algum.
Cheguei na sala, nem bem sentei na carteira, e meu anjo Gabriel estava pronto pra me contar os acontecimentos por mim perdidos, durante aula de redação.

A professora comunicou que a coordenação da minha escola PROIBIU a promoção de debates em sala de aula, usando como argumento que "alguns assuntos não podem ser discutidos na escola".
Uma professora que se preocupa em ajudar os alunos a formarem suas próprias opiniões, que discute idéias e trás temas realmente significativos, que tenta fazer com que os alunos do colégio Singular, que em sua maioria são um bando de tristes alienados, comecem a criar a capacidade de opinar e de entender o mundo ao redor.
Isso, que é uma das poucas coisas dentre as que nos são ensinadas na escola, de que realmente tiraríamos proveito para nossas vidas, foi destruído e tomando de nós, por ordem de alguém que só se preocupa com os centavos a mais que os pais dos estudantes depositam em sua conta, ao final do mês.

Só pra constar, a professora foi proibida de trazer esse tipo de discussão um pouco depois de ter pedido para a sala ler um trecho de "O manifesto comunista", a fim de discutirmos tal trecho durante as aulas. Porque será?
A ditadura pode ter acabado, mas sua essência permanece e é lembrada quando presenciamos, tristemente, atitudes como essa.

Escrevo esse desabafo como um jeito de extravasar minha revolta mediante a essa atitude, mas me sinto uma covarde, porque sei que não farei nada além disso.
Queria ir até a sala desse coordenador infeliz e cuspir pra ele tudo que está aqui registrado, e até mais algumas coisas, grosseiras demais para serem escritas no blog.
Queria promover revoltas e revoluções entre os alunos, lutando pelo que acredito e pelo que julgo correto.
Sou covarde e sei que não farei nada disso, e essa, é uma das minhas piores dores.
Tenho medo, pois sei quais serão as conseqüências destes atos, sei que irão acarretar uma série de problemas pra mim, pro meu pai e pra injustiçada professora.
Sou inútil e pequena, porque não tenho a coragem e a determinação dos jovens de 68, que saíram às ruas, com a cara e a coragem, para lutar pelo mundo que eles acreditavam ser melhor.
Morro por dentro ao pensar na minha covardia, e também ao pensar que tudo que vou fazer a respeito são revoluções imaginárias, elas, e estas medíocres palavras que agora escrevo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Talvez eu seja um pouco Vinícius de Moraes. Talvez seja até demais.
Talvez tenha me deixado levar pela voz rouca da querida Janis, que está a me contar sua história com o tal Bobby Mcguee, e como ele quebrou o seu eterno coração.
Talvez... talvez.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Surto das 4h25 da tarde.

Parou, olhou, sentou-se, enfim.
Menina com essa mania de querer ganhar sempre. Ela nem sabe o que vai escrever hoje, mas sentiu uma súbita vontade de fazê-lo.
Despreocupada com o trabalho, tudo está em ordem.
Preocupada com a escola, a química ainda lhe acabar com a vida. Qual a razão de aprender todas aquelas reações, ácidos e bases, se pra ela será tudo de uma tremenda inutilidade? Pergunta feita por milhares que vieram antes, nenhum, no entanto, obteve uma boa resposta.
Os sons das salinhas ao redor perturbam-na. Os sons da frustrante manhã perturbam-na ainda mais. Tenta esquecê-los, mas eles, praguinhas chatas, insistem em voltar. Quer esquecer, quer lembrar, quer pensar em zilhões de possibilidades para as coisas melhorarem. Não consegue pensar em nenhuma.
Pergunta-se agora porque diabos está digitando frenticamente, em terceira pessoa. Porque, sua besta?
Pensa em como suas linhas, escritas com pressa, (logo o chefe pode chegar, e ele não é tão bonzinho quanto a Pulinha, que faz ela comer frutas todo o dia, e a deixa escrever em seu blog enquanto o serviço não aparece) estão descepcionates e ruins. Sente vergonha. Pensa em apagar tudo e esquecer essa coisa de postar no meio do dia, sem razão aparente, além da necessidade de cuspir alguma coisa que ela nem sabe ao certo o que é. Deixa como está, afinal, o texto é mais dela do que de qualquer das poucas pessoas que lêem sua página, intitulada luisainthesky. Prepotência a dela, comparar-se com a sua música favorita dentre todas do universo.
Vai mudar o nome do blog, decidido. Vai nada, pensa consigo. Gosta demais desse onme. é muito dela, muito.
Enfim, quem se importa? O vento continua a soprar lá fora. Uma grande máquina amarela destrói alguma coisa que antes deveria ser muito importante pra pessoas, cheias de histórias e lembranças, ignoradas pelo resto do mundo, assim como a menina que observa o monstro amarelo, destruidor de sonhos.
O céu lá fora é azul e tranquilo, só para provocar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Meu talento incomparável na arte de picar papel.

Estava eu em mais um dia de trabalho (Para os poucos que lêem meu blog: Sim, eu comecei a trabalhar, à uma duas semanas e dois dias, pra ser mais exata), esperando a querida Paula, uma das minhas chefes, que é um doce, me passar a próxima tarefa. Foi então que ela me apareceu com uma pilha de papel, bem considerável.
- Então, o que faço com elas? - eu perguntei.
-Picota todas, são documentos muito antigos, vou jogar fora.
POXA! Foi a coisa mais divertida que ela me mandou fazer, desde que comecei meu trabalho. Foi o ápice da felicidade, em toda minha carreira como assistente de escritório( carreira longuíssima).
Então, depois de toda aquela picação, Paulinha ainda me deu copo de café, do jeito que eu gosto. E eu pensando que trabalhar seria chato a valer...
Engraçado é que o ambiente de trabalho é, na realidade, muito diferente do que eu imaginava.
Pra mim, escritórios eram sinônimos de pessoas mal humoradas, engravatadas e agressivas andando de um lado para o outro, e trombando em você sem se desculpar. Mas não na seguradora em que eu trabalho.
Fico no segundo andar do prédio de uma seguradora, o piso é dedicado a diversos cubículos e em cada um, tem uma corretora de seguros. Portanto, convivo apenas com a Paulinha e com o meu outro chefe, Marcos. Isso não me impede de trombar com os funcionários das outras corretoras, pelo labiririnto que são os corredores de lá, afinal, parte do meu trabalho é ir de um lado para o outro, levando e trazendo documentos.
A questão é que, todos que eu encontro no caminho, são extremamente simpáticos comigo! Alguns me olham até com certa ternura... Não sei se é pelo fato de eu ser claramente mais nova do que todos que trabalham lá, ou se é por todos usarem gravata e salto alto, enquanto eu vou trabalhar usando tênis e camiseta, o fato é que, eles me fazem sentir muito bem, e não uma completa perdida, o que é absolutamente genial!

domingo, 17 de maio de 2009

Luísa in the sky with diamonds, headphones and a dragonfly

Por Ferdi.
Nem preciso dizer que esse desenho me fez rir de orelha a orelha. Acho que a pessoa que desenhou ajuda muito a manter esse sorriso aqui.
Ela e também a Tangerina que me passa mais segurança do que qualquer um, mesmo.

Amanhã é dia de soprar velinhas e pegar a primeira pitada de pó de pirlim pim pim, com destino à Terra do nunca e tudo mais. Chega dessa história de crescer.

sábado, 9 de maio de 2009

Beatles - lado D.

Espectáculo lindíssimo.
Agradeço a mim mesma, por ter decidido de última hora ir, e agradeço à Débora, querida amiga, que me acompanhou esta noite.
25 músicas dos Bealtes coreografadas em aproximadamente 90 minutos, por 16 jovens dançarinos. Não sei quem eles são, e provavelmente nunca voltarei a -los. Mas agradeço principalmente a eles, por terem me feito sorrir, e por terem me encantado a cada movimento, a cada expressão, a cada sorriso e careta.
Sem qualquer cenário ou figurino especial, o espetáculo pode encantar muito, e ser acessível a qualquer um, pelo preço de 15 reais.

Triste é saber que a maioria das pessoas pagam até 100 reais pra ir em uma balada nojenta, com música terrível, e não dão 15 reais para assistir á uma apresentação que faz qualquer um com o mínimo de sensibilidade, sair sorrindo do teatro (E os mais sensíveis ainda, com os olhos marejados).