segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Lágrimas à Sir Mccartney

Caem eventualmente, dentre uma ou outra fase ruim, quando a dor é tanta que tudo que se pode fazer é afundar no travesseiro e envolver-se em tristes melodias. Ou então quando a felicidade é tanta, que se ouve aquela música e só se pode chorar de alegria, por ter tanta sorte de estar viva.
Escaparam quando vi pela primeira vez aquelas imagens antigas, de quatro garotos talentosos, que ainda nem imaginavam o quão grandiosos poderiam ser. Chorei por saber que nunca os veria daquela maneira. Chorei por ter nascido com algumas décadas de atraso.
Choro de saber do amor real e sincero que o meu maior ídolo teve por sua banda, e pela música, e ao saber que esse amor bonito ainda continua vivo.
Chorei quando soube que Sir Paul Mccartney pisaria em solo brasileiro. Só a possibilidade de vê-lo fazia meus olhos marejarem.
Quando soube que sim! Ele viria, e sim! Eu o veria... lágrimas e mais lágrimas, acompanhadas de saltos que nem eu mesma sabia que era capaz de dar.
O choro soluçado quando essa certeza foi destroçada por ingressos que se esgotaram em menos de três horas.
A volta das lágrimas de alegria, quando aquela amiga mais querida de todas me ligou dizendo ter conseguido o ingresso da realização do meu maior sonho, e a volta da tristeza quando, no dia seguinte, a mesma amiga tomou emprestadas algumas de minhas lágrimas, e chorou comigo o novo desapontamento, e o fim do sonho.
A televisão sem querer foi ligada... e então?! As lágrimas pesadas e intensas, da certeza de que o maior músico do mundo estava tão perto, e eu só o veria pela tela triste e quadrada... Let it be.
Mais um tanto de lágrimas conformadas, durante a noite... e então, as lágrimas da euforia! Sim, agora era de verdade.
O dia da maior sucessão de lágrimas da história: Lágrimas pelo ônibus perdido, pelo celular perdido, pelo celular encontrado, lágrimas de agradecimento, enquanto ia apressada pela abafava avenida, lágrimas de nervoso, lágrimas pelo atraso. Metade do show se foi...lágrimas.
Portão 16A, Eleanor Rigby, lágrimas épicas e cinematográficas, acompanhadas do abraço apertado. Something, lágrimas. Todos os sentimentos e lágrimas possíveis e toda a felicidade compactada dentro daquele enorme estádio, onde todas as almas gritavam a plenos pulmões, e minhas lágrimas destinadas a ele misturavam-se e tornavam-se ainda mais fortes, junto com as lágrimas da multidão. Velhos, jovens, pobres e ricos de espírito ou de dinheiro e todas as suas histórias lacrimais dedicadas aquele homem em cima do palco. O homem do piano, do baixo, da guitarra, da voz. O meu maior ídolo, sentimento que nem todas as palavras, e nem todas as lágrimas caídas poderão explicar. Músicas pedidas? Lágrimas. E todos que eu gostaria que estivessem lá comigo? Lágrimas.
O fim que não consegui assimilar ainda...

And in the end, the love you take, is equal to the love... you make.
Paul Mccartney vai morrer afogado por todo amor que ele plantou nessa vida.
Ele me deu de presente o dia mais feliz de todos, grande parte do meu amor por música, as mais belas melodias e poesias que pude conhecer, e coisas que eu talvez ainda nem saiba que ele me deu, e, ainda assim, tudo que tenho a oferecer em troca são elas...minhas incansáveis lágrimas de amor e admiração eterna.
Obrigada.

4 comentários:

Unknown disse...

Lágrimas que só um verdadeiro amor com esse seu , produzem , vindas do lugar mais sagrado do coração .
Já me senti assim e agradeço à Deus por isso .
Quando só as lágrimas explicam não pode existir nada maior .
Lágrimas com as que você acabou de provocar em mim , agora .
Lindo demais .

Jenny Souza disse...

eu chorei lendo esse texto, chorei muito.
eu nem sei traduzir a minha alegria alheia agora.

eu chorei, só isso que posso dizer.

amo-te muito pequena dos discos de vinis

Unknown disse...

Filha, a sua sensibilidade transborda quando você escreve. Que bom que você é capaz de sentir tudo isso, sentir de verdade. Lágrimas em excesso acho que é de família...Continue acreditando no amor, na música e em tudo que é lindo que está dentro de você, que só me faz acreditar que esse mundo ainda tem jeito. Te amo demais.

Anônimo disse...

Lágrimas como as que eu estou derrubando agora...
Sentir esse amor, é algo que sei bem como é, e como disse meu irmão, agradeço a Deus também...
Os 4 rapazes de Liverpool, neste caso um deles, já me fizeram chorar muitas vezes também, e com certeza choraria com vc , se estivesse lá também.
Que lindo sentir isso Lu, que nobre, forte e poderoso...mágico e inexplicável...

Vc é especial menina, tenho sorte em ter te conhecido...