Hoje descobri que a casa verde de uma certa esquina, em uma certa rua, não está sendo reformada e pintada para virar o lar de alguém. Toda aquela gente pintando, furando e martelando a casa, para no fim ela se transformar em um escritório de “qualquer coisa”.
Isso me deixou frustrada e um tanto chateada, afinal, passei bem umas oito semanas da minha vida imaginando, toda a vez que passava por ela, cada membro da família que se mudaria para lá, incluindo o cãozinho latindo no quintal e o gato roliço ronronando no chão da sala.
Mesmo que fosse uma família completamente diferente da que eu imaginei, a idéia de a casa estar sendo preparada para marcar o recomeço da vida de alguém, me fazia sorrir divertida.
Agora, o sorriso inexiste. As crianças correndo, o cheiro do feijão saindo da panela sob o fogão da cozinha e as roupas estendidas no varal, sumiram, não passam de leves borrões que nem na minha imaginação existem mais.
Aqui jaz a casa que nunca foi casa, a família que nunca foi família e um pedacinho da imaginação da menina que, tristonha, dá a esse texto o seu ponto final.
3 comentários:
'Gato roliço' !!
Pude ve-lo e ele é mega fofo.
Eu tenho isso sempre que ando na rua, toda casa que passo em frente, principalmente anoite quando as luzes estão acesas, a tv também, imagino a história de cada casa, como são os membros da familia e tudo isso.
Mega genial você também o fazer e nos levar atraves do texto para o mesmo sentimento. :)
Um beijão minha querida, querida.
Eu odeio quando a gente idealiza alguma coisa e vem a realidade e estraga tudo. Anyway, o texto está lindo, Lu (comentei porque eu gostei mesmo, principalmente dos detalhes. Varal, cãozinho, a coisa toda).
Isso é triste mesmo.
Mas promete que não se decepciona quando eu transformar uma casa fofa e simpática em teatro?
Promete? :(
Te amo muito :*
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