terça-feira, 16 de junho de 2009

Chuva II

Ela sempre volta. Com ela, as lembranças em mim adormecidas, e algumas expectativas que caem com a garoa, e vão embroa com água que corre na rua.
Não ando com a música hoje, ando com a chuva. A canção que ouço é o leve tamborilar das gotas de água caindo em minha sombrinha azul.
O céu escuro, cheio de núvens cinzas, me trás o incerto, o desconhecido. O caminho rotineiro e automatico torna-se misterioso e assustador. Assustador de um jeito fascinante.
A barra da calça molhada, a ínutil tentativa do capuz protegendo minha face, pessoas correndo dela, logo dela, da chuva que me trás tanta paz.
As gotas caem mais fortes agora, a chuva engrossa, e engrossa também minha mágoa por tanto tempo guardada... mágoa que a chuva nervosa me ajuda a levar pra longe.

Acho que eu nunca vou saber porque a chuva provoca esse tantos sentimentos incomuns em mim. A única coisa que sei, agora, é que não vou com a música... vou é com a chuva. Chuva que despenca do céu, como despencam velhas esperanças, que trazem no seu encalço novas esperanças. Estou aprendendo a mudar, aprendendo a esperar a próxima chuva cair, dentro de mim.
Ela enfraquece de novo, volta a ser garoa, volta a ser pequena. Volto a ser pequena.

Sinfonia realmente linda, essa do tamborilar das gotinhas de água.

Um comentário:

Jenny Souza disse...

Sensibilidade sempre.
As vezes tenho medo como no mundo pode existir alguem que tenha pensamentos tão similares aos meus.

Você me assusta :P

Beijos saudosos, já.