terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sobre a música.

Tem músicas que fazem realmente com que eu me sinta especial. Não é no sentido de ser melhor do que as outras pessoas, ou coisa que o valha, é no sentido de me sentir especial por ter a música e, até mesmo, ser a música, em alguns momentos.
Vez ou outra me sinto a própria Little Girl blue,da Janis Joplin, ou então, a Lucy in the sky, com seus diamantes. Na chuva, em uma destas tardes em que a rua é o último lugar onde eu gostaria de estar, Regina Spektor começa a cantar e todas as pessoas e carros que me cercam viram apenas borrões apagados nessa cidade apagada, da qual já estou muito longe, longe demais pra me importar com a frieza dela e do resto do mundo.
Há ocasiões em que só a música consola. Em uma música da qual eu gosto muito, um tal de Conor diz assim:"when everything gets lonely I can be my own best friend", e, apesar de achar essa frase sincera pra burro, ela não se aplica a mim, afinal, when everything gets lonely my MUSIC is my own best friend. Digo minha, porque meu Thom Yorke não é o mesmo que o seu, nem a minha Ida Maria, que é pouco minha, mas muito minha. É pouco porque não são todas as músicas dela que me tocam, e é muito, porque uma delas é o suficiente pra encher a minha alma de alegria e consolo. Daí aquela questão de preferir canções, acima de bandas. Nunca soube chegar a qualquer conclusão a respeito, já é um assunto ao qual nem entro mais durante meus devaneios e emaranhados de pensamento, porque, se de um lado tenho a Ida, com sua(até então) única canção, tenho, do outro lado, Weezer, que me faz dar saltinhos(LITERALMENTE)delirantes quando chega a pasta de músicas dele, no meu velho MP3, que me acompanha já há mais de três anos. Algumas rachaduras, o botão do volume e o hold quebrados, mas ele nunca me deixou na mão.
Creio que esse meu sentimento é compartilhado com a maioria das pessoas(com o mínimo de sensibilidade, é claro), não pelas mesmas músicas, e ainda menos pelos mesmos motivos, mas esse conforto, essa identificação, esse compartilhamento de si mesmo consigo mesmo, essa coisa, por falta de melhor nome, que, em mim, é só a música que faz.
Aproveitando esse texto, que escrevo sem qualquer revisão gramatical, preocupação com repetições ou qualquer porcaria dessas, quero agradecer. Ao Renato Russo agradeço por Giz, Via Láctea e Vento no Litoral. Aos Beatles agradeço por encherem meu coração de alegria, todo dia, a toda hora, porque todo o dia é dia pra se acordar Beatles. Ao Radiohead agradeço pelo melhor show da minha vida, por Exit music e pela sua explosão de cores em cima do palco. Agradeço a Janis Joplin, Elis Regina e Regina Spektor pela inspiração e pelo espelho. Chico Buarque e Vinícius de Moraes pelas mais belas e fortes poesias que meus inexperientes ouvidos já tiveram a sorte de encontrar. A todas as bandas que um dia eu já ouvi, que me foram especiais e me tocaram de alguma forma.
Aos caras do Weezer pela pureza e pela simplicidade, e por Paron me, que me ajudou mais do que qualquer um pode imaginar, em certa época da minha vida. Obrigada ao senhor Brandon Boyd por me fazer acreditar em coisas que a primeira vista parecem impossíveis e por, ainda mesmo depois de tanto tempo, me fazer acordar Incubus de vez em quando. Obrigada a todos estes que seguem comigo, seja nos discos, no MP3, no cumputador, ou na minha mente. Obrigada.
Não toco qualquer instrumento, não sei nada de técnicas, efeitos de guitarra e não sou profunda conhecedora de bandas ou estilos músicais. O que é bom pra mim talvez não seja bom pra você. Mas tá tudo bem, porque eu amo música, respiro música, e isso ninguém tira de mim.

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