terça-feira, 21 de abril de 2009

Chuva

Começou a chover.
A garota que se concentrava ao máximo em seus cadernos e anotações, parou para ver a chuva.
Da janela ela assistia de camarote os pingos enfurecidos arremessarem-se para todos os lados, chocando-se uns com os outros, numa dança descoordenada e incrivelmente bela.
Quis de todo o coração poder estar lá fora, na chuva. Quis ser a chuva.
Desejou ser um daqueles pingos fracos e pequenos, que junto de outros milhões de pingos, também fracos e insignificantes, fazia-se forte e ameaçador.
Desejou ser aquela água gelada e cortante, que na palma de sua mão parecia-se com pequenos alfinetes espetando-lhe a pele.
Ah, a garota daria tudo o que ela possuí para dançar louca e despreocupadamente, como aquela tempestade dançava. Uma valsa de imensa beleza e imponência.
Sua fraqueza e seu medo se esconderiam, na força daquela água que jorrava céu abaixo.

Por quanto tempo esteve a observar a chuva? Não sabia.
Preoucupou-se com o horário, precisava terminar de estudar.
A chuva caia fraca agora, as núvens começaram a sumir e a menina, virando as costas, deu adeus àquela chuva, pedaço dela, que parou de cair... pedaço dela que foi morrendo aos poucos.

3 comentários:

Jenny Souza disse...

Como sempre fico de expressão contente e impressionada na face ao ler Luísa Milano e suas letras. :}

Sempre tenho que agradecer.

E me bate um orgulhinho pq eu que incentivei a criação do blog. Yuhuuu

Amo.

Jenny

Ferdi disse...

Sempre que puder tome um banho de chuva e queime o que não tem mais utilizade, dizia minha sábia avó.
Ok, ela nunca disse isso, mas achei que soaria sábio se ela dissesse então eu menti, me desculpe.

Jenny Souza disse...

Ferdi....UAHSUAHSUHAUSUAH....

Sabia mentira...porque sempre precisamos dos avós para dar valor aos nossos proverbios? :D