segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As primeiras horas na estrada.

Preparem-se pra mais doze horas. De quê? De trânsito.
Os banhistas espertalhões que preferiram subir a serra na semana que vem atravessam a rua despreocupados, fazem graça com suas cadeiras de praia, sua pouca roupa e seus cabelos esvoaçantes, vão por seus pés na areia, que a chuva dos dias anteriores deixou molhada. A chuva, bendita chuva. Causa desse trânsito caótico, forte o suficiente para ienterditar diversas estradas e, pior de tudo, desabrigar tanta gente. Gente que perde sua casa logo na primeira semana do ano. Bela obra, dona chuva. Difícil acreditar que esse mundarel de água, destrutivo e triste, vem do mesmo céu de onde vem a garoa fina e a rápida chuva de verão. É mais uma questão da série de coisas que eu nunca vou entender.
Presa em um engarrafamento enlouquecedor de doze horas... o tempo não ajuda, abafado demais, ensolarado de menos! O bafo de maresia chega á janela, e o mal humor só não me alcança porque me encontro munida de agenda, lapiseira, um mp4 com a bateria pela metade, livros e promessas e sonhos de um ano que acabou de chegar. Todos eles excelentes repelentes contra a cara amarrada.
Agora a estrada ganhou um verde mais bonito, nas laterais. Olho através da janela e descubro um céu apagado e tranquilo, lembro do sonho que tive na noite retrasada. Sonho que eu reconheço ser magnífico e único e que não ouso contar a mais ninguém que não seja o homem que está dirigindo o carro. Ele parado, eu parada.
Coincidência ou não, Renato Russo me diz aqui que há tempos teve um sonho do qual ele não se lembra... bem, eu espero me lembrar do meu sonho pra sempre.
Fecho os olhos por um instante, que descubro ser um instante longo demais. Talvez seja o meu corpo avisando que uma soneca é o melhor escape pras horas de trânsito que ainda me esperam. Digo até logo para minha agenda, nova companheira inseparável, e olá para os meus sonhos, que, possíveis ou impossíveis, vem sempre comigo.

3 comentários:

Ferdi disse...

Anota seu sonho, por favor, não quero que ele se perca.
Seus textos são como abraços.

Te amo, minha escritorinha :*

Jenny Souza disse...

que saudades de um texto assim, cheio de esperança e questionamentos doces.

e eu quero saber o sonho também ahhhh ^^
ass: curiosa hehe

beijos, te amo pequena.

Ferdi disse...

Ah, você excluiu o "sobre o nada"? :(