segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rua-cidade às 2h30 da manhã

Até as luzes parecem grandes demais.
Poderia facilmente me referir a esta rua como uma cidade inteira, onde as vidas se chocam e cada um representa o seu papel, muito bem representado.
Tenho escrito nesse blog com bem menos frequência do que gostaria, e durante o tempo em que fico afastada, uma dezena de textos passam pela minha cabeça, a respeito de momentos, ou frases, ou histórias... o que for. No entanto, quando hoje cliquei no "nova postagem", sem saber ao certo o que iria escrever, só sabendo dentro de mim que precisava fazê-lo, as luzes dessa rua-cidade vieram a minha mente, junto com o inevitável sentimento de pequenez que me toma, quando eu passo por ela.
Tenho-a como algo inatingível, ainda impossível para mim. O momento em que poderei caminhar por ela sem as preocupações e cobrança de horários ainda me parece distante, e por mais que eu anseie esse momento com certa intolerância, tenho medo de quando ele chegar.
Sei que quando as portas dessa cidade se abrirem para mim, alguma coisa aqui dentro vai morrer, algo de inocente e tranquilo será tomado pelo medo, pela insegurança e pela parcial liberdade que essas luzes, hoje vistas apenas através do vidro do carro, trarão pra mim no dia em que eu quebrar as barreiras.
Paro, vejo. Alguém no banco da frente do carro me indica alguma coisa, uma pessoa, ou um bar, não sei. Tudo o que vejo são borrões, e os rostos desses borrões, que procuram desesperadamente um refúgio nas esquinas da rua-cidade escura.
O carro segue, a rua fica para trás, mas o fascinio e a pequenez em relação a ela continuam. E me dizem que não é nada de mais, que é só uma rua... Mas é claro que eu não acredito.

3 comentários:

taís disse...

Gostei desse. Postei um do meu pai, lê? Morro de orgulho dele, haha, queria que você visse :) Beijo Lu

Unknown disse...

MEU AMOR, TAVA COM SAUDADES DA MINHA ESCRITORA FAVORITA!!!

TE AMO

MAMÃE

Jenny Souza disse...

engraçado é te conhecer bem demais pra entender um bocado desse texto.

eu também tive medo aos 15, quanto tive que encarar a cidade.

o medo nunca morre, mas faz bem.

beijos querida querida.