Sentado ao meu lado havia um homem, homem que tinha um dos olhares mais tristes que eu já vi.
Ele não dizia nada, nenhuma expressão em seu rosto além da evidente tristeza. Tristeza que transbordava.
Ao redor, pessoas cantando: Algumas com profunda alegria, outras para curar uma ferida secreta e ainda outras que em momentos de angústia e vazio cantam, numa busca desesperada pela fé. Todos cantando, mas ele calado. Calado e triste, triste e calado.
Escrevia algo, um longo texto, e apoiava o pedaço de papel com muita dificuldade, tomando cuidado para não fura-lo com a caneta.
Me pus a pensar o que fazia esse homem tão triste. Ele exalava uma solidão desoladora, daquelas de ter vontade de leva-lo embora para garantir que o sentimento de abandono nunca mais se manifestasse em seu ser.
Puxa, como eu adoro essa música! Lágrimas escorrem, assim como a chuva escorre lentamente pela janela lá fora.
Canto por mim e por todas as almas do salão. Mas acima de tudo, canto pelo triste e solitário homem sentado ao meu lado, que está a escrever, sem parar.
Um comentário:
O Luí, nada além de .... por favor não pare de publicar jamais. :}
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