Quando eu era bem miudinha, mas bem miudinha mesmo, meu pai costumava inventar histórias para me fazer dormir.
Só conheci a Bela adormecida e a Branca de neve quando, mais pra frente, começaram a me presentear com fitas de vídeo e tudo mais. Antes disso, só ouvia contos extremamente originais, inventados pelo meu maior herói.
Existiam vários personagens, mas dentre eles, o meu favorito sempre foi uma simpática minhoca chamada "Cucupi", que vivia no cantinho do tronco de uma árvore e passava por muitas aventuras na floresta.
As histórias eram sempre diferentes e eu costumava guardar todas, fala por fala, na minha memória. Isso era um problemão pro meu pai, afinal, o fato de eu sempre lembrar da história completa não significa que ele também lembrava.
É claro que, como a maioria das crianças, eu pedia pra ele contar a mesma história pelo menos mais umas três vezes e é claro que ele não lembrava tudo nos mínimos detalhes, como eu sempre fazia.
Acabava que no fim das contas era eu que contava novamente as aventuras da Cucupi pro meu pai, que lembrava apenas de 10% da história que ele mesmo havia inventando.
Sinto falta desses dias em que a minhoquinha Cucupi era a maior alegria que eu poderia ter.
Eu cresci, treze anos se passaram, e ainda tenho a serelepe Cucupi viva em minha memória, rastejando pelo chão da floresta :D
2 comentários:
Quem não guarda com carinho memórias da infância, não é humano, seriously.
Belo texto Luí!
Lindinha sua história, as lembranças da infância são maravilhosas, quando nos lembramos das histórinhas, dos fato é com muito carinho.
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